quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Para sempre emergente




Já devo ter escrito aqui em alguma oportunidade o quanto considero a economia brasileira fraca, sem lastro, o que gerará, em poucos anos, um colapso no consumo e, mais importante, no modo de vida de milhões de brasileiros. A cada dia cresce o número de endividados no país, a inflação já não é mais um fantasma, mas sim uma verdade presente, nossa democracia é mais libertina que uma casa de tolerância...
Devo confessar que sempre fui um descrente do "maravilhoso" crescimento econômico do país. Falta lastro. 
E eis que agora a revista de economia mais conceituada no mundo todo, The Economist, acaba revelando aquilo que sempre imaginei: uma vez terceiro mundo, sempre terceiro mundo.
Em uma matéria que tem como título a instigante frase Broken BRICs, a The Economist fala da desaceleração de Brasil, Rússia, China e Índia, que eram tidos como esperança de salvação da economia em um momento em que o mundo lida com a recessão e desemprego.
O artigo diz que o crescimento no PIB dos BRICs vem diminuindo a cada ano. Como exemplo, o Brasil que tinha com perspectiva um crescimento anual de 5% agora não chega a 2%. Para a reportagem, os BRICs foram festajados além da conta. Ao ponto de muitos acharem que a China é maior economia do mundo. Na verdade o PIB dos EUA é duas vezes maior que o chinês. Se levarmos em conta o PIB das famílias americanas e chinesas, o índice daquelas que vivem nos EUA é sete vezes maior que na China.
O autor afirma, ainda - e com razão - que os BRICs serão lembrado em poucos anos como uma promessa que não se cumpriu, tal qual os tigres asiáticos nos anos 80.
A ascensão de nações emergentes para o patamar do primeiro mundo é uma ilusão, diz o texto. Um país pode ficar menos pobre, mas não mais rico.
Após ler o texto, dei mais uma sapeada no site e encontrei outra matéria que complementa a primeira. Sob o título Not Read for Prime Time, a reportagem afirma que Brasil, China, Índia e Rússia não estão prontos para se juntar ao grupo dos maiores líderes mundiais. Diz o autor que o compromisso desses países com a democracia, os direitos humanos, a não-proliferação nuclear e proteção ambiental é instável e enfraquecido.
O que nos leva a acreditar que Charles de Gaulle tinha razão quando disse, ainda nos anos 60, que o "Brasil não é um país sério". 
Imagine o que ele diria hoje...



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