sexta-feira, 11 de maio de 2012

E não é verdade?

Olha que espetáculo esse sambinha que fala sobre boteco. Que letra!
E a turma ainda ouve sertanojo universitário, pagode, funk, axé... Eca!
Ah, se quiser acompanhar, a letra está aí embaixo.


Letreiro em neon, visual requintado

Gerente enrustido, garçom afetado

Carta de vinho no couro dourado

Camarão com sotaque, tofu defumado

É point da moda, não sai dos jornais

Cheio de frescuras, de artistas Globais
Toalete exalando perfumes florais

Pitboys, patricinhas, falando demais

Em boteco de grife eu não piso jamais


Eu sinto saudades dos meus botequins

Salão e cozinha pra lá de chinfrins

Feijão, mocotó fervendo na panela

E um gato dormindo em cima da janela
Pastel, empadinha, jiló na terrina

Banheiro com cheiro de naftalina

O porre, a paquera, a conversa fiada

E a dor de corno que virou piada

Nos meus botequins a vida era engraçada
Eu sinto saudades dos meus botequins

A conta assinada num velho papel

O cardápio na porta escrito a giz

Azulejo pintado com anjo no céu

O samba na mesa de mármore antigo

O ovo colorido enfeitando o balcão

A cerveja gelada tirando o juízo

Os sonhos cobrindo a serragem no chão

E no alto, São Jorge matando o dragão

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