domingo, 22 de abril de 2012

Festa e Hailka

Já fostes para Mallet? Não? Bom, se você já foi para Águas de Dorizon, então, já.
Dorizon e sua água termal são ótimos. Quem diria que em pleno final de abril ficaríamos uma tarde toda na piscina? E descoberta! É certo que, já noite, descobrimos que dava para usar a piscina coberta... Mas o que conta é o espetáculo de dia que passamos no local na companhia de bons e agradáveis amigos.
Existe, porém, um outro lado de Mallet que conhecemos hoje e que foi muito, mas muito interessante.
Diz a lenda que Mallet tem a Igreja Ucraniana mais antiga do Brasil. E nessa toada, então, nossos anfitriões nos levaram para conhecê-la. Eles mesmo estiveram lá uma única vez e o templo estava fechado. "Vai que damos sorte", pensei.
O caminho é meio penoso. Tem um trecho de "estrada de barro" que tem que ir pianinho. Mas nosso motorista era esperto e tirou de letra qualquer perengue que pudesse ter surgido. Lá pelas tantas achamos um senhorzinho e uma senhorinha que nos fizeram sinal para parar. Acabamos não parando, porque imaginamos que eles queriam nos dizer que a estrada estava interditada ou coisa semelhante. Eu imaginei que o tiozinho estivesse meio balão e não estava conseguindo voltar a pé para casa (parêntese: tem muito bar perdido nos recôndidos de Mallet).
Assim seguimos viagem. E quando estávamos chegando na Igreja avistamos um movimento que pensamos ser uma missa que estava sendo rezada. Ao nos aproximarmos vimos que não era missa, mas sim uma quermesse! Uma tradicional festa de Igreja ucraniana!
Chegamos e o povo todo nos olhava com cara de assustado. Todos ucranianos(as) loirinhos(as). Nada de "mano", "mina", "tiriça" e o carai a quatro. Uma festa de família, como devem ser as boas festas de Igreja.
Já ambientados ao lugar, e o lugar a nós, entramos na Igreja. De madeira, diga-se. Simples, mas muito bem cuidada. Vi, de longe, uma placa com o slogan do Brasil, um país de todos, dando conta da sua revitalização. Foi muito bem feita, a revitalização. Não creio que o governo tenha feito isso. Deve ter sido um mecenas caridoso e o governo, que não é bobo nem nada, tratou de tirar proveito da coisa toda. Pelo que vi do povo que lá estava, porém, acho que ninguém vota no Lula ou Dilma...
Depois do tour na Igreja, fomos ao pavilhão anexo. Compramos pão caseiro, um sonho de goiabada, duas Pepsis, uma rifa para concorrer a uma costela e uma caixa de cerveja, e uma broa que esqueci o nome. Tinha "paiero" para vender. Fazia anos que não sentia o buquê de um bom e velho fumo de corda, enrolado no palheiro do milho.
Bom, ficamos por ali, meio que cercando o lorenço, porque mais tarde iria comecar uma dança tradicional ucraniana, a Hailka. A Hailka consiste em uma pessoa puxar uma fila e os convidados dela irem fazendo parte. Em poucos minutos a fila que tinha três pessoas já estava com mais de cinquenta. E assim o povo vai, cantando e dançando. E falando uncraniano!
Foi muito legal termos chego na Igreja justamente no dia da festa que, nos disseram, acontece só duas vezes por ano! (preciso acertar uma mosca dessas na hora da fézinha...)
Ficamos por lá umas duas horas até que resolvemos voltar.
No caminho nosso amigo conjecturou: "no fim das contas, acho que o senhorzinho e a senhorinha que vimos queriam mesmo era carona para a festa".
A rifa? Não sei quem ganhou. Saímos antes e não deixamos o telefone.



 
Atualizando: hoje, 28 de abril, o programa Meu Paraná, da RPC, é todo sobre Mallet. Mostra como foi feita a reforma dessa Igreja aí de cima.


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